Coisas de Destaque

“Se você não for cuidadoso os jornais farão você odiar as pessoas que estão sendo oprimidas e amar as que estão oprimindo” (Malcolm X – 1925-1965)

“Com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corruta formará um público tão vil como ela mesma” (Joseph Pulitzer – 1847-1911)

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

ORIGEM DE ALGUNS DITADOS POPULARES

Sabe aqueles ditos populares que com certeza você já deve ter ouvido alguns por aí, mas sempre teve curiosidade em saber o seu significado e a origem dele. Confira alguns ditos famosos que estão na boca do povão.
“O pior cego é o que não quer ver”
Significado: Diz-se da pessoa que não quer ver o que está bem na sua frente. Nega-se a ver a verdade.
Histórico: Em 1647, em Nimes, na França, na universidade local, o doutor Vicent de Paul D’Argenrt fez o primeiro transplante de córnea em um aldeão de nome Angel. Foi um sucesso da medicina da época, menos para Angel, que assim que passou a enxergar ficou horrorizado com o mundo que via. Disse que o mundo que ele imaginava era muito melhor. Pediu ao cirurgião que arrancasse seus olhos. O caso foi acabar no tribunal de Paris e no Vaticano. Angel ganhou a causa e entrou para a história como o cego que não quis ver.

“Onde judas perdeu as botas”
Significado: Lugar longe, distante, inacessível.
Histórico: Como todos sabem, depois de trair Jesus e receber 30 dinheiros, Judas caiu em depressão e culpa, vindo a se suicidar enforcando-se numa árvore. Acontece que ele se matou sem as botas. E os 30 dinheiros não foram encontrados com ele. Logo os soldados partiram em busca das botas de Judas, onde, provavelmente, estaria o dinheiro. A história é omissa daí pra frente. Nunca saberemos se acharam ou não as botas e o dinheiro. Mas a expressão atravessou vinte séculos.

”Quem não tem cão caça com gato”

Significado: Ou seja, se você não pode fazer algo de uma maneira, se vira e faz de outra.
Histórico: Na verdade, a expressão, com o passar dos anos, se adulterou. Inicialmente se dizia “quem não tem cão caça como gato”, ou seja, se esgueirando, astutamente, traiçoeira-mente, como fazem os gatos.

“Da pá virada”
Significado: Um sujeito da pá virada pode tanto ser um aventureiro corajoso como um vadio.
Histórico: Mas a origem da palavra é em relação ao instrumento, a pá. Quando a pá está virada para baixo, voltada para o solo, está inútil, abandonada decorrentemente pelo homem vagabundo, irresponsável, parasita. Hoje em dia, o sujeito da “pá virada”, parece-me, tem outro sentido. Ele é o “bom”. O significado das expressões muda muito no Brasil com o passar do tempo.

“Nhenhenhém”
Significado: Conversa interminável em tom de lamúria, irritante, monótona.
Histórico: Nheë, em tupi, quer dizer falar. Quando os portugueses chegaram ao Brasil, eles não entendiam aquela falação estranha e diziam que os portugueses ficavam a dizer “nhen-nhen-nhen”.

“Pensando na morte da bezerra”
Significado: Estar distante, pensativo, alheio a tudo.
Histórico: Esta é bíblica. Como vocês sabem, o bezerro era adorado pelos hebreus quando se afastavam de sua religião e, em outras ocasiões, sacrificados a Deus num altar. Quando Absalão, por não ter mais bezerros, resolveu sacrificar uma bezerra, seu filho menor, que tinha grande carinho pelo animal, se opôs. Em vão. A bezerra foi oferecida aos céus e o garoto passou o resto da vida sentado do lado do altar “pensando na morte da bezerra”. Consta que meses depois veio a falecer.

”Promessa para inglês ver”

Significado: Algo que visa apenas às aparências.
Histórico: Em 1824, durante o período de reconhecimento da nossa independência, os ingleses deram ao Brasil um prazo de sete anos para abolir o tráfico negreiro. Em 1831, quando ia expirar o prazo dado pelos ingleses, o Padre Feijó, então Ministro da Justiça, elaborou uma lei tão confusa sobre o julgamento e as penas impostas aos traficantes de escravos que a sua aplicação era inviável.

”Vai tomar banho”

Significado: Quando alguém aborrece a nossa paciência, falamos esta frase!
Histórico: Em Casa Grande & Senzala, Gilberto Freyre analisa os hábitos de higiene dos índios versus os do colonizador português. Depois das Cruzadas, como corolário dos contatos comerciais, o europeu se contagiou de sífilis e de outras doenças transmissíveis e desenvolveu medo ao banho e horror à nudez, o que muito agradou à Igreja. Ora, o índio não conhecia a sífilis e se lavava da cabeça aos pés nos banhos de rio, além de usar folhas de árvore para limpar os bebês e lavar no rio as redes nas quais dormiam. Ora, o cheiro exalado pelo corpo dos portugueses, abafado em roupas que não eram trocadas com freqüência e raramente lavadas, aliado à falta de banho, causava repugnância aos índios. Então os índios, quando estavam fartos de receber ordens dos portugueses, mandavam que fossem tomar banho.

“Eles que são brancos, que se entendam”
Significado: Alguém não quer tomar partido em determinada questão.
Histórico: Esta foi das primeiras punições impostas aos racistas, ainda no século XVIII. Um mulato, capitão de regimento, teve uma discussão com um de seus comandados e queixou-se a seu superior, um oficial português. O capitão reivindicava a punição do soldado que o desrespeitara. Como resposta, ouviu do português a seguinte frase: “Vocês que são pardos, que se entendam”. O oficial ficou indignado e recorreu à instância superior, na pessoa de dom Luís de Vasconcelos (1742-1807), 12º vice-rei do Brasil. Ao tomar conhecimento dos fatos, dom Luís mandou prender o oficial português que estranhou a atitude do vice-rei. Mas, dom Luís se explicou: Nós somos brancos, cá nos entendemos.

“A dar com o pau”
Significado: Com abundância, em quantidade.
Histórico: O substantivo pau figura em várias expressões brasileiras. Esta expressão teve origem nos navios negreiros. Os negros capturados preferiam morrer durante a travessia e, para isso, deixavam de comer. Então, criou-se o “pau de comer” que era atravessado na boca dos escravos e os marinheiros jogavam sapa e angu para o estômago dos infelizes, a dar com o pau.
“Custar os Olhos da Cara”
Significado: Serve para designar preços exagerados em qualquer relação comercial.
Histórico: Um costume bárbaro de tempos muito antigos deu início ao uso dessa expressão. Consistia em arrancar os olhos de governantes depostos, de prisioneiros de guerra e de pessoas que, por serem influentes, ameaçavam a estabilidade dos novos ocupantes do poder. Pagar alguma coisa com a perda da visão tornou-se sinônimo de custo excessivo, que ninguém poderia pagar. Um dos primeiros a registrar o dito foi o escritor romano Plauto (254- 184 A.C.), numa das 130 peças de teatro que escreveu.

”É do Tempo do Onça”

Significado: É utilizada para aludir a um tempo muito antigo e que mantinha certos preceitos não mais utilizados na própria época.
Histórico: Essa frase é da época do capitão Luís Vahia Monteiro, governador do Rio de Janeiro de 1725 a 1732. Seu apelido era Onça. Numa carta que escreveu ao rei Dom João VI, Onça declarou que “Nesta terra todos roubam, só eu não roubo”. Houve uma época em que o governador foi apelidado de virgem no bordel.

”Tirar o Pai da Forca”

Significado: Ter pressa.
Histórico: Essa frase é atribuída ao fato de Santo Antônio, estando em Pádua, ter que ir apressadamente até Lisboa para livrar seu pai da forca, lenda muito conhecida que nos legou essa frase que tem tanta atualidade neste século onde quase todo mundo corre “como quem vai tirar o pai da forca”.
“Sair à Francesa”
Significado: Sair de uma festa ou cerimônia sem se despedir.
Histórico: Pode ter origem em costume francês ou na expressão “saída franca”, indicando mercadorias sem impostos, que não precisam ser conferidas. Como os franceses primam justamente pela etiqueta, não concordaram com a frase e a mudaram para “sair à inglesa”. Alguns pesquisadores situam o surgimento da expressão na época das invasões napoleônicas na Península Ibérica (1810-1812), mas o escritor português Nicolau Tolentino de Almeida (1740-1811), cuja poesia satírica visava aos usos e costumes de Lisboa, registrou-a muito antes nestes versos: “Sairemos de improviso/ despedidos à francesa”.

”Pôr em Pratos Limpos”

Significado: Metáfora na resolução de conflitos.
Histórico: O primeiro restaurante foi aberto na França em 1765. Estabeleceu-se desde o início que a conta seria paga após a pessoa comer, ao contrario do que depois veio a acontecer com os lanches rápidos. Quando o dono ou o garçom vinha cobrar a conta e o cliente ainda não havia feito a sua refeição, os pratos limpos eram a prova que ele nada devia.
Via Garoto Nervoso

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Frases sobre Política

Algumas frases sobre politica para refletirmos sobre o tema.


  • "A política é uma delicada teia de aranha em que lutam inúmeras moscas mutiladas." (Alfred de Musset)
  • "A política serve a um momento no presente, mas uma equação é eterna."
    (Albert Einstein)
  • "A política é como a esfinge da fábula: devora todos que lhe não decifram os enigmas." (Antoine Rivarol)
  • "A política é a arte de captar em proveito próprio a paixão dos outros."
    (Henri Millon de Montherlant)
  • "Os homens hão de aprender que a política não é a moral e que se ocupa apenas do que é oportuno." (Henry David Thoreau)
  • "A política tem a sua fonte na perversidade e não na grandeza do espírito humano." (Voltaire)
  • "Nada é tão admirável em política quanto uma memória curta."
    (John Kenneth Galbraith)
  • "Na política, os ódios comuns são a base das alianças." (Alexis de Tocqueville)
  • "Com grande freqüência, a política consiste na arte de trair interesses reais e legítimos e de criar outros, imaginários e injustos." (Arturo Graf)
  • "A política... há muito tempo deixou de ser ciência do bom governo e, em vez disso, tornou-se arte da conquista e da conservação do poder."
    (Luciano Bianciardi)
  • "A política é a condução dos assuntos públicos para o proveito dos particulares." (Ambrose Bierce)
  • "Uma guerra política é aquela em que todos atiram pelos lábios."
    (Raymond Moley)
  • "Política é como o show business: você tem uma estréia fantástica, desliza por algum tempo e acaba num inferno." (Ronald Reagan)
  • "A política e os destinos da humanidade são forjados por homens sem ideais nem grandeza. Aqueles que têm grandeza interior não se encaminham para a política." (Albert Camus)
  • "A política é uma guerra sem derramamento de sangue; a guerra uma política com derramamento de sangue." (Mao Tse-Tung)
  • "A ação política é cruel; baseia-se numa competição animal, é preciso derrotar, esmagar, matar, aniquilar o inimigo." (Otto Lara Resende)
  • "Em política, sempre é preciso deixar um osso para a oposição roer."
    (Joseph Joubert)
  • "Um jovem promissor deveria ingressar na política para assim poder continuar prometendo por toda a vida!" (Robert Byrne)
  • "Em política os remédios brandos agravam freqüentes vezes os males e os tornam incuráveis." (Marquês de Maricá)
  • "A política foi primeiro a arte de impedir as pessoas de se intrometerem naquilo que lhes diz respeito. Em época posterior, acrescentaram-lhe a arte de forçar as pessoas a decidir sobre o que não entendem." (Paul Valéry)
  • "Há duas maneiras de fazer política. Ou se vive para a política ou se vive da política. Nessa oposição não há nada de exclusivo. Muito ao contrário, em geral se fazem uma e outra coisa ao mesmo tempo, tanto idealmente quanto na prática." (Max Weber)
  • "Vencer na política não é tudo: é a única coisa." (Richard Nixon)
  • "A política é talvez a única profissão para a qual se pensa que não é precisa nenhuma preparação." (Robert Louis Stevenson)
  • "Em política, o que não é possível é falso." (Antonio Cánovas del Castillo)
  • "Quem não se ocupa de política já tomou a decisão política de que gostaria de se ter poupado: serve o partido dominante." (Max Frisch)
  • "Em política, o que começa com o medo acaba, geralmente, com a loucura." (Samuel Taylor Coleridge)
  • "A política é uma praga tal que eu aconselho todos a não se meterem nela." (Thomas Jefferson)
  • "Toda a política do governo é cercar-se de garantias para se manter no poder." (Adão Myszak)
  • "Na política não há amigos, apenas conspiradores que se unem." (Victor Lasky)
  • "A política só serve para dividir o povo. É uma bobagem, pois faz o povo confiar em um homem, que não pode fazer nada por nós. Se você não tiver sua vida, você não tem nada. Por isso até os políticos devem achar um rastafari."
    (Bob Marley)
  • "A apatia política pode ser a expressão de uma espécie de bom senso elementar. Pode ser não só a indiferença dos que podem, mas não fazem, como a dos que compreendem que não podem; na realidade, a recusa de reagir a exigências que se reconhece como impossíveis." (Barbara Wootton)
  • "São poucos os políticos que sabem fazer política. Mas, quando um intelectual tenta entrar nesse meio, então é o fim do mundo." (Jorge Luis Borges)
  • "Política é quase tão excitante quanto a guerra, e quase tão perigosa. Na guerra, você só pode ser morto uma vez, mas, em política, muitas vezes." (Winston Churchill)
  • "Talvez, para purificar a política, bastasse admitir à Câmara apenas gagos." (Louis Latzarus)
  • "Em política, o importante não é ter razão, mas que a dêem a alguém."
    (Konrad Adenauer)
  • "Em política, as experiências significam revolução." (Benjamin Disraeli)
  • "A política não é uma ciência, como supõe a maioria dos senhores, mas uma arte." (Otto Von Bismarck)
  • "A política está acima da consciência." (William Shakespeare)
  • "A liberdade política é a condição prévia do desenvolvimento econômico e da mudança social." (John F. Kennedy)
  • "A clemência dos príncipes não passa muitas vezes de uma política para conquistar o amor dos povos." (François de La Rochefoucauld)
  • "Em política, nada é desprezível." (Benjamin Disraeli)
  • "Na política, a verdade deve esperar o momento em que todos precisem dela." (Bjornstjerne Bjornson)
  • "A política baseia-se na indiferença da maioria dos interessados, sem a qual não há política possível." (Paul Valéry)
  • "É necessário que os princípios de uma política sejam justos e verdadeiros." (Demóstenes)
  • "Encontrou-se, em boa política, o segredo de fazer morrer de fome aqueles que, cultivando a terra, fazem viver os outros."
    (Voltaire)
  • "A política é a ciência das exigências." (Lajos Kossuth)
  • "Em política é preciso curar os males e nunca vingá-los." (Napoleão III)
  • "Todos os segredos da política consistem em mentir a propósito."
    (Jeanne Pompadour)
  • "Política é como nuvem. Você olha e ela esta de um jeito. Olha de novo e ela já mudou." (Magalhães Pinto)
  • "Errar é humano. Culpar outra pessoa é política." (Hubert H. Humpherey)
  • "A política é a arte de tirar o melhor proveito possível de determinada situação." (Maurice Barrés)

Um Zé fora de hora

Carta Maior - Sábado, 21 de Agosto de 2010


O “Zé que quero lá" não é apenas jingle de campanha; acima de tudo, é o sintoma de um jogo teatral lamentável, desprovido de recursos que conquistem a simpatia da platéia. Como ator político, é uma idéia fora de lugar, uma caricatura de si mesmo.

Gilson Caroni Filho*

José Serra deixou cair a máscara barata. As críticas ao que chamou de "conferencismo", no 8º Congresso Nacional de Jornalismo, vão além do agrado circunstancial ao baronato midiático que lhe apóia na campanha. A direita sabe que o maior legado da Era Lula não se resume ao crescimento econômico com distribuição de renda. O grande feito do governo petista foi mobilizar a sociedade para passar em revista problemas históricos de origem.

Após várias conferências, a história brasileira deixou de ser o recalcamento das grandes contradições, para se afigurar como debate aberto sobre suas questões centrais. Numa formação política marcada pela escravidão, pela cidadania retardatária, com classes sociais demarcadas por distâncias socioeconômicas e por privilégios quase estamentais, o que vivemos no governo Lula foi uma verdadeira revolução cultural.

Além de discutir a mídia e a questão ambiental, foi criada uma nova agenda capaz de combater preconceitos e discriminações, ligados à classe, à raça, ao gênero, às deficiências, à idade e à cultura. Conhecendo os distintos mecanismos de dominação, encurtou-se o caminho da conquista e ampliação de direitos, da afirmação profissional e pessoal. E é exatamente contra tudo isso que se volta a peroração serrista. A sociedade organizada é o pavor dos oligarcas.

O candidato tucano não escolhe caminhos, métodos, processos e meios para permanecer como possibilidade de retrocesso político. A cada dia, ensaia nova manobra de politiqueiro provinciano, muito mais marcado por uma suposta esperteza do que pela inteligência que lhe atribuem articulistas militantes. Continuar chumbado ao sonho presidencial é sua obsessão. De tal intensidade, que já deveria ter provocado o interesse de psiquiatras em vez da curiosidade positivista de nossos “cientistas políticos” de encomenda.

O “Zé que quero lá" não é apenas jingle de campanha; acima de tudo, é o sintoma de um jogo teatral lamentável. Desprovido de recursos que conquistem a simpatia da platéia, se evidencia como burla ética, como o cristal partido que não se recompõe. Como ator político, é uma idéia fora de lugar, uma caricatura de si mesmo. Vocaliza como ninguém o protofascismo de sua base de sustentação.

Por não distinguir cenários, confunde falas. Quando tenta uma encenação leve, resvala para o grotesco. Quando apela para o discurso da competência, sua fisionomia é sempre dura, ostentando ressentimento e soberba. Os Césares romanos davam pão e circo à plebe. Aqui, sendo o pão tão prosaico, o ”Zé" não pode revelar os segredos da lona sob a qual se abriga. Seu problema, coitado, não é de marketing - é de tempo.

No governo em que ocupou duas pastas ministeriais, o cenário era sombrio. Parecia, ao primeiro olhar, que, no Brasil, tudo estava à deriva: desvios colossais na Sudene, na Sudam, no DNER; violação do painel eletrônico do Senado; entrega de ativos a preço vil; racionamento de energia e descrença generalizada na ação política. Os valores subjacentes aos pólos coronel/cliente, pai/filho, senhor/servo, pareciam persistir na cabeça de muitos de nossos melhores cidadãos e cidadãs, bloqueando a consolidação democrática. Era o tempo de Serra.

Tentar voltar ao proscênio oito anos depois é um erro primário. A política econômica é outra. Mais de 32 milhões de pessoas foram incorporadas ao mercado consumidor brasileiro. Segundo o chefe do Centro de Pesquisas Sociais da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Marcelo Neri, os cenários projetados até 2014 mostram que é possível duplicar esse número. A mobilidade social gerou um cidadão mais exigente. Uma consciência política mais atenta ao que acontece em todos os escalões do poder, um contingente maior de sujeitos de direito que exige mais transparência e seriedade na administração pública. Esse é o problema do “Zé”. Aquele que, depois de tantas Conferências, poucos o querem lá.

*Gilson Caroni Filho é professor de Sociologia das Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha), no Rio de Janeiro, colunista da Carta Maior e colaborador do Jornal do Brasil

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Mas ela não foi mal?

Sírio Possenti
De Campinas (SP)

Para Sírio Possenti, não é só o apoio de Lula que fez Dilma crescer (foto: Roberto Stuckert Filho/Divulgação)

Não vou opinar sobre opções políticas, embora minha posição talvez fique implícita. Vou apenas comentar previsões e a falta de coerência de um discurso. Um, dois, três!
Tenho memória ruim para detalhes e boa para generalidades - sou o contrário de Funes, aquela personagem de Borges. Para fazer bonito, eu precisaria guardar dados para ocasiões futuras, apostar que recortes seriam úteis um dia, acreditar piamente nisso, e arquivar, arquivar. E encontrar na hora certa, claro.
Periodicamente, quando leio nos jornais as avaliações que políticos fazem de seus adversários, tenho a impressão de ter ouvido o contrário pouco tempo antes. Vou fazer um exercício de memória (pouca e talvez falha), correndo todos os riscos que isso implica.
Começo pelo dia 14 de agosto de 2010 (de fato, pela véspera, com as notícias em portais e na TV). A questão são os números da pesquisa Datafolha, que mostrou Dilma 8 pontos à frente de Serra. Um resultado aparentemente inesperado, pelo menos para quem acredita apenas no Datafolha, porque todos os outros institutos vêm dizendo isso há algum tempo. Tucanos acreditavam no Datafolha e estranhavam os resultados dos outros institutos (um chegou a ser quase processado, salvo engano), enquanto todos os outros políticos acreditavam nos outros institutos e tentavam entender o que estaria havendo com o Datafolha.
Mas não é esse meu assunto, e sim a explicação que alguns teriam dado (que supostos políticos supostamente teriam dado, segundo virou moda dizer) para os números. Cito um caso exemplar, até porque a análise pode revelar-se correta.
As manchetes de sexta e de sábado dizem que tucanos culpam o JN pela dianteira de Dilma. Considerando só a manchete, eu me perguntava: "como assim, se eles cansaram de dizer que Dilma foi mal na entrevista?".
A explicação vinha depois, e é bem sofisticada. Dilma foi entrevistada no JN na segunda, Marina na terça, Serra na quarta. A pesquisa foi feita na terça, na quarta e na quinta. Assim, os que responderam aos questionários na terça e na quarta não ouviram a entrevista do Serra, que foi na quinta. Mas todos ouviram Dilma e metade ouviu também Marina.
Achei a suposição sofisticada. Claro que temos que esperar outros dados para ver se a hipótese se confirma. O núcleo é o seguinte: quanto mais os eleitores ouvirem Serra, mais decidirão votar nele. Outra hipótese, que acompanha a anterior, é: mas, se ouvirem Dilma e não ouvirem Serra, é claro que preferirão Dilma.
Tudo estaria adequado, tudo pareceria lógico ou coerente, se não fossem duas afirmações constantemente repetidas nos últimos dois anos. (a) Dilma não tem o que dizer, ou, se tem, o diz de tal maneira que, abrindo a boca, perde votos - sua fala é burocrática etc.; (b): como ela não tem nada a dizer nem a oferecer, sua (possível) força vem exclusivamente de Lula.
Ora, Dilma foi ao debate da Band e às bancadas da Globo sozinha (isto é, sem Lula, com quem esteve em muitos eventos antes e mesmo assim seus índices não subiam). Assim, pela tese tucana, exposta pelos políticos tucanos (especialmente Juthay Magalhães e Sérgio Guerra) por quase todos os colunistas, diga-se de passagem, que, obviamente, são neutros e objetivos (!!), Dilma deveria ter perdido potenciais eleitores pelo simples fato de aparecer sozinha e falar como fala. Mas agora eles dizem que ela ganhou potenciais eleitores fazendo exatamente o que, segundo eles, deveria fazer com que os perdesse.
Tem mais: minha memória genérica me faz lembrar de que, durante um bom tempo, também se disse que nem Lula seria capaz de fazer a aceitação de Dilma crescer (e depois,m que ela crescia à sombra dele).
Um resumo da história das declarações, se os leitores lembram, é: Dilma foi inventada, veio do nada, caiu do céu, foi tirada do bolso do colete; nem Lula consegue fazer que ela suba nas pesquisas; só sobe nas pesquisas encostada em Lula; se ela fala e Serra não, é claro que leva vantagem.
Como se vê, o discurso muda muito. Baumam talvez dissesse que é líquido.
***
Segunda-feira à noite (16/8): pesquisa do Ibope põe Dilma 11 pontos à frente de Serra. A pesquisa foi feita depois da do Datafolha, portanto, depois que todos os candidatos foram vistos e ouvidos. Os dados mostram curvas opostas: Dilma sobe, Serra desce. Está acontecendo o contrário do que os tucanos diziam: quanto mais Dilma aparece sozinha, mais ela sobe. Quanto mais Serra fala, mais ele cai. Não sei explicar esses dados. Só quero assinalar a enorme falta de coerência e a brutal incapacidade de análise da oposição. Pelo menos até agora.
***
Quando Dilma fala, eu me pergunto por que aquelas pausas (eventualmente, me lembro de outras pessoas cuja performance é semelhante; o Merval Pereira, por exemplo...). Quando ouço Marina, o que me vem à cabeça é que esperava mais "novidades" - mas não sei se deveria. Quando ouço Serra perguntar se Dilma já distribuiu remédios, francamente, desanimo dos candidatos "preparados". E quando ele ameaça colocar dois professores em todas as salas de aula do Brasil, então eu praticamente decido meu voto. Pelo menos minha principal opção de rejeição.
***
Nem vou comentar a pesquisa Vox Populi de terça-feira, segundo a qual Dilma está 16 pontos à frente de Serra. Mas foi na véspera do início da campanha eleitoral por rádio e TV. Agora é pra valer. Veremos quem fez as melhores previsões.

Sírio Possenti é professor associado do Departamento de Linguística da Unicamp e autor de Por que (não) ensinar gramática na escola, Os humores da língua, Os limites do discurso, Questões para analistas de discurso e Língua na Mídia.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Lula Fala aos Internautas

Quem renega o passado não tem futuro


O que os nossos grandes grupos de comunicação fazem, muito frequentemente, não é jornalismo. É campanha política. Seria totalmente legítimo, se o assumissem. Mas fingem uma neutralidade que não existe e, por isso, são cínicos.
Não param por aí, porém. São covardes, porque buscam descontextualizar a informação, como se aquilo que ocorreu sob um regime bárbaro, onde pessoas eram torturadas sadicamente, onde eram levadas à loucura e à morte. É isso o que faz a revista Época, na edição desta semana. Liga, sem qualquer elemento concreto, Dilma às ações armadas que ocorreram como resposta àquele regime. Litam um quadro de “perguntas sem resposta” que chega ao esmero de perguntar se Dilma estava armada no momento de sua prisão e se apoiou as greves operárias na região de Belo Horizonte em 1968.
Dilma fez muito bem em não responder à revista. Entrevistas à Época e à Veja deveriam ser precedidas daquele aviso que a gente vê nos filmes policiais americanos: “tudo o que você disser poderá e será usado contra você”.
Ontem, Dilma deu em coletiva a resposta curta e seca que esta exploração merece:
“Nem um pouco temo ataques da oposição. Tenho muito orgulho de ter lutado contra a ditadura, do primeiro ao último dia. Acho que aqueles que lutaram contra a ditadura são pessoas que tiveram, pelo menos na minha geração, a generosidade de enfrentar inclusive a morte. Não estávamos lutando se correr risco de vida. Fui torturada durante 22 dias. Não há controle na tortura. Não era um momento em que a democracia vigia no País. Não participei de ação armada e sequer fui julgada por isso e sequer fui condenada”.
A resistência teve muitas formas, para os que puderam ficar. Mas foi, esse é o nome, resistência, porque a agressão às intituições, com a derrubnada de um governo legítimo, a cassação dos direitos de expressão e de voto, os assassinatos, as prisões e o exílio foram ações que partiram do regime contra o qual aqueles jovens e a geração de meu avô, antes, se insurgiu como pôde.

A matéria da revista e sua capa, destinada a tornar-se um cartaz eleitoral negativo, como fez, ao inverso, a capa da Veja com o “cândidoJosé Serra que estampou, dois meses atrás, em sua capa. O passado de esquerda de Serra não pode ser lembrado, porque é a prova de que ele renegou e “matou” aquele Serra que só interessa a ele lembrar para dizer que veio de uma família pobre.
O tiro, porém, lhes saiu pela culatra. Embora um ou outro incauto possa se impressionar, os mais lúcidos e esclarecidos vão percebendo que, do que vem dali nada é água limpa, tudo está envenenado pelos interesses políticos de uma parte da elite que não se incomoda senão com seus próprios privilégios.
O desenho de Dilma, que pretendiam ameaçador, ficou ótimo, revelando que a Dilma de hoje em lugar de renegar, carrega em si o inconformismo que, geração após geração, tenta fazer do Brasil um país para seu povo.
E juventude não é idade, é desejo de construir sonhos.

Postado por Brizola Neto

9 Dicas de Ouro para José Serra


Mauro Carrara

Agora, caro Serra, a vaca já foi para o brejo; ou melhor, pastou da sua Mooca para a Várzea do Carmo, atolou ali, à beira do Tamanduateí, pertinho do Mercadão.

No entanto, ainda é possível perder de pouco, não tomar goleada, e fechar a carreira política com alguma dignidade.

Como nasci no Brás, e você na vizinha Mooca, ambos descendentes de italianos, manifesto-lhe solidariedade neste momento inglório. E assim elenco abaixo nove orientações para esta reta final de campanha.

1) Pare de mentir. E, se mentir, minta melhor. Não é possível afirmar, por exemplo, que a Fernão Dias está "fechada". As pessoas trafegam por lá todos os dias. Você acha que algum desses milhares de motoristas lhe dará crédito?

2) Pare de inventar. Creia-me: pouca gente leva a sério essa história de que você é o “pai” do FAT?

3) Abra os olhos. Você trafegou recentemente pela Regis Bittencourt? Sabe o que o foi feito lá nos últimos anos? Aliás, acredita mesmo que as estradas brasileiras eram melhores na época de FHC? Pare de brincadeira, né?!

4) Admita. Existe uma máfia dos pedágios em São Paulo. Há postos de cobrança em excesso. O valor é altíssimo. E o cidadão ainda tem que enfrentar congestionamentos em trajetos caríssimos em estradas como a Castello Branco.

5) Confesse. Sua gestão desatenta e preguiçosa paralisou as obras de combate às enchentes em São Paulo. A cidade virou um imenso lago contaminado no verão.

6) Reconheça. Que a escolha de seu vice foi um festival de trapaças. E que o amalucado Índio da Costa, o aparentado do meliante Cacciola, não mostrou preparo sequer para ocupar o cargo de síndico no prédio onde residia.

7) Peça perdão. Pela presença vergonhosa no convescote da máfia dos irmãos Vedoin. Preferimos acreditar que você ignorava o esquema das ambulâncias. Peça desculpas pelo caos na segurança pública paulista, pela brutal perseguição aos moradores de rua e também pelo vergonhoso sistema de ensino tucano, que todos os anos destrói o sonho educativo de milhares de crianças e adolescentes de nosso Estado.

8) Demita. Não permita mais que o entrevado Ali Kamel coordene sua campanha na mídia privada. O rapaz sempre foi péssimo jornalista. Não sabe apurar, escreve mal e esconde sua incompetência com arrogância. Como seu "capitão do mato", tem sido ainda pior. Rompa seus laços também com o gerente da “Tempestade no Cerrado”. Como você pôde acreditar em Eurípedes Alcântara, o protagonista do “Boimate”, o maior vexame da imprensa brasileira em todos os tempos?

9) Regenere-se. Volte a ser o mocinho da UNE. Demita-se da UDN, admita que a gestão Lula é infinitamente melhor que a de FHC e desative urgentemente a central de sabotagem virtual informativa construída pelo insano Alberto Carlos Almeida.

Por fim, Serra, utilize sua influência política para ao menos botar ordem no quintal de casa. Nosso mundo pequeno do Brás-Mooca já não tem polícia, a coleta de lixo é deficiente e a máfia dos fiscais atua livremente, transformando em marajás os bandidos empregados na subprefeitura.

Os calabreses (e os outros ítalo-brasileiros) da Zona Leste ficariam felizes em ver seu representante protagonizar um ato de coragem e decência no crepúsculo de sua carreira política.
http://redecastorphoto.blogspot.com/

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Ilusão de otica 3

Veja uma seleção das melhores (ou mais conhecidas) ilusões de optica que rolam pela Internet. Você verá que algumas parecem realmente estar se movimentando, mas não estão… Imprima e comprove!



Conte os pontos pretos!


Focalize o ponto ao centro e mova sua cabeça (junto com o corpo) para frente e para trás.


Qual das bolas ao centro é maior?



As linhas horizontais parecem estar um pouco inclinadas?



Fique olhando no ponto ao centro por alguns instantes. A parte cinza ao redor irá desaparecer.



Alguma coisa parece se movimentar?



Essa é a melhor! Não para de mexer.
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